Na foto do post de hoje, agulhas de bambu, meu caderninho de desenhos de bolsa e uma receita de 1980 de minha mãe que eu achei dentro de um caderno velho...
Oi gente tudo bem? Minha faculdade entrou em greve. Estou perdida na vida. Meus planos que estavam em andamento foram adiados por tempo indeterminado, mas a vida segue né...
Eu acho que greve é um direito dos trabalhadores, mas essa em especial (minha quarta greve na federal) eu estou meio com o pé atrás. Não por estar formando, mas por realmente não ver uma solução real possível visto que o país está ruim das pernas. Claro que existem soluções melhores, porém, elas fazem parte de um ideal que não existe em nosso quadro político (por aqui uma audiência de gastos e diminuição de cargos públicos, bem como uma ação mais dura contra a corrupção na política não fazem parte dos planos de nenhum governo)...
Outro dia conversando com amigos (sim, eu discuto muito sobre política, e sou muito aberta a ideias de todos os lados, visto que me considero uma leiga no assunto e como qualquer assunto que a gente não entende, é bom ler mais, ouvir mais, discutir mais a respeito... penso eu) e eles comentavam comigo a PEC 241, privatizações necessárias, a transferência da responsabilidade das escolas para as esferas estaduais (na minha cidade a federal ta bacana, mas as escolas estaduais estão podres, caindo literalmente aos pedaços).
E veio a dúvida cruel... é o nosso jeitinho brasileiro que nutre a corrupção, ou é a corrupção que produz o quê chamamos de jeitinho brasileiro? É possível ser brasileiro e ser alguém ético? É possível mudar? Somos culturalmente corruptos ou usamos a desculpa para perpetuar tal ato? A gente consegue ser alguém não corrupto quando ninguém esta vendo? A discussão foi para a sala de aula, durou uma manhã inteira e eu hoje compartilho essa sementinha com vocês...
E na nossa vida de artesão... aquele molde pago que eu passo para a amiga para ser gentil? Aquele vídeo do youtube que eu salvei no computador por uma boa causa? E aquela receita paga do Ravelry que eu compartilhei em um grupo privado mas foi por um bom motivo? E aquela peça que eu copiei e esqueci o crédito sem querer? E aquele modelo que eu disse que criei, mas na verdade peguei uma peça antiga e menos conhecida e fiz alterações assumindo a autoria? E aquele grupo de doação que eu só entrei para pegar receitas grátis mas nunca doei nada?
Seja por um motivo bobo, por uma causa boa, infelizmente todos esses atos simples e pequenos perpetuam o nosso jeitinho brasileiro. Eu não estou fora desse meio, mas depois que o blog ficou maior, essas questões passaram a fazer mais parte do meu cotidiano. No fim do dia, nossos políticos são um reflexo direito de nós mesmos.
Para terminar um vídeo (não é novo) mas eu amo. Vale a pena compartilhar!
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